Introdução
A rede de aldeias históricas localizam-se no Distrito da Guarda e Castelo Branco no interior centro de Portugal. Contém 12 aldeias, às quais pertencem: Marialva, Castelo Rodrigo, Trancoso, Almeida, Castelo Mendo, Linhares, Belmonte, Sortelha, Piódão, Castelo Novo, Monsanto e Idanha-a-Velha.
Monsanto
Esta
aldeia instalou-se progressivamente a partir do século XV. A partir daí “surgem
múltiplas possibilidades: nas imediações a Igreja Matriz; na subida em direção
ao castelo o velho forno da aldeia; pelo encruzilhado das ruas as capelas
Espírito Santo e de Santo António, junto de duas das velhas portas fortificadas
das quais retiram o nome; a torre
sineira ou de Lucano encimada pelo galo
de prata, imagem de marca da Portugalidade; as fontes; as casas senhoriais
com os seus brasões, entre os quais os Condes de Monsanto (1460), mais tarde
elevados a Marques de Cascais”. As casas, os palheiros e as furdas, representam
uma arquitetura popular, com utilização de granizo. Na base do monte, do lado
poente, podemos encontrar a Capela de São Pedro de Vir-a-Corça; a norte um
vasto arvoredo da Quinta do Burrinho; em direção a Levante e a Penha Garcia,
esta situada a Ermida de Nossa Senhora da Azenha. Na parte mais antiga, situada
no ponto mais alto da aldeia, foi construída por Templários uma cerca com uma torre de menagem onde
mais tarde é acrescentada “uma outra, ritmada por torres, com dois recintos
desnivelados”. Num dos recintos podemos encontrar uma cisterna e a Igreja de Santa Maria, no outro recinto
a porta principal da cerca. Fora da cerca, encontramos a aldeia em redor da Capela de S. Miguel, “defendido por uma
cerca baixa”. Elevada ao aglomerado ergue-se a Torre do Pião.
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Cerca |
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Capela de S. Miguel |
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Torre sineira, galo de prata no cimo da Torre do Pião |
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Igreja de Santa Maria |
Linhares
“Linhares,
passou a ser portuguesa ao tempo de D. Afonso Henriques, que lhe deu o primeiro
foral em 1169”. Situa-se na vertente ocidental da Serra da Estrela, é uma vila
medieval a 180 metros de altitude e oferece “magníficas paisagens montanhosas,
típicas da Beira, (…) cultura, artes medievais e renascentistas”. Tem um
castelo de arquitetura militar, romântico e gótico. É rodeado por rochedos de
granito. Em 1189, numa noite de lua nova, “as tropas de Leão e Castela
invadiram a região, preparando-se para assaltar o Castelo de Celorico. Linhares ocorreu em sua defesa e o exército
inimigo, vendo-se cercado na retaguarda, abalou a fugir. (…) pela aldeia vai
descobrir gravadas nas armas da povoação um crescente e cinco estrelas, a
lembrar essa longínqua noite de lua nova. Encontra-se numa pequena tribuna de
pedra, exemplar único de fórum medieval donde se anunciava à população as
decisões comunitárias”. Linhares tem uma Igreja
matriz de raiz romântica, onde no seu interior pode-se encontrar 3 valiosas
tábuas atribuídas ao grande Mestre português Vasco Fernandes (Grão Vasco).
Devido ao seu relevo e ao seu clima, Linhares é o sítio ideal para se realizar
o evento Open do Parapente, que
acontece anualmente em Agosto.
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Castelo de Celorico |
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Open de Parapente |
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Igreja Matriz
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Marialva
Marialva, hoje em dia esta praticamente
abandonada. Em tempos conheceu “um período de franco apogeu nos séculos XII e
XIII”. Constitui ruinas de estruturas militares, medievais, mantendo a sua
fisionomia intacta, na fortaleza assim como na povoação que em seu redor se
desenvolveu. A entrada principal da “vila amuralhada” é a Porta do Anjo (virada a sudeste). No alto de um íngreme penhasco,
situa-se o castelo, o monumento mais importante. Tem características de um castelo romântico, com uma torre de
menagem isolada no centro de um pátio pequeno e do lado poente a entrada
principal. “Dentro do perímetro urbano, as ruas são irregulares e o espaço
intra-muralhas apresenta, na atualidade numerosos espaços vazios que
originalmente estariam ocupados por habitações”. No largo principal existem
algumas casas de ascendência medieval, “abaixo da Cidadela do Castelo, onde
permanece o pelourinho e a Casa da
Câmara, símbolos da ancestral autonomia concelhia que a localidade desfrutou”.
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Porta do Anjo |
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Castelo |
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Pelourinho
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Castelo Rodrigo
Castelo Rodrigo é uma aldeia medieval, situada
numa colina com 820metros de altitude. É uma vila antiga fortificada e já
totalmente recuperada no âmbito do programa de Recuperação de Aldeias
Históricas, onde ainda guarda vestígios da ocupação de homens do Paleolítico.
Castelo Rodrigo, ainda tem “as ruinas do castelo
que resultaram da raiva da população quando, no final do reinado de Filipe II,
incendiou o antigo palácio de Cristóvão de Moura, um dos defensores da
legitimidade espanhola por terras lusas”. Têm também a Igreja Matriz, fundada por frades hospitalários em 1192, dedicada a
Nossa Senhora do Rocamador (para
servir de apoio aos peregrinos); uma cisterna (com uma porta de gótico e outra
mourisca); o pelourinho de fuste
octogonal com 5 degraus terminando com uma pinha do tipo «gaiola»; o relógio sobre um “antigo torreão”.
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Castelo |
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Relógio sobre o Torreão |
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Pelourinho |
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Igreja Matriz Nossa Senhora do Rocamador
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Almeida
Também
integrada no Programa de Recuperação das Aldeias Históricas, Almeida ao longo
dos séculos desempenhou um papel importante na defesa do território português.
É um concelho com 29 freguesias, e foi fortificada ainda na Idade Média e
também foi convertida numa das maiores “peças-fortes” do reino a partir do ano
de 1640. “A partir de 1640, com a restauração da independência portuguesa, foi
decidido fortificar este ponto crítico da fronteira, aqui nascendo uma fortaleza de planta em estrela com 2,5
km de perímetro. Alvo de importantes cercos em 1762 (Guerra dos Sete Anos) e
1809 (III Invasão Francesa), esta praça-forte chegou aos nossos dias quase
intacta, tendo-se transformado num polo de atração turística. Com o apoio do
Programa de Recuperação das Aldeias Históricas, procedeu-se nos últimos anos a
uma série de melhoramentos, que vão de obras de consolidação nas muralhas à reabertura do picadeiro ou ao estímulo ao comércio
tradicional.”
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Fortaleza de Planta em Estrela |
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Picadeiro |
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Muralha da Praça Almeida |
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Muralha
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Castelo de Mendo
Castelo de Mendo situa-se num moro com cerca de
800 metros de altitude a sudoeste de Almeia. Aqui deverá ter existido, antes da
chegada de romanos, um castro, restos de antigos troços de estradas, cerâmica e
moedas. A aldeia de Castelo de Mendo, continua amuralhada, tal como quando no
princípio do século XIII o rei D. Sancho I mandou construir e erguer a muralha, mantendo no seu interior igrejas. Tinha uma feira medieval,
considerada importante, pois muito provavelmente terá sido uma das primeiras
feiras oficiais do país. Tem “um pequeno mas curioso museu rural e etnográfico
(Museu do Tempo e dos Sentidos). Lá
no alto, os restos de uma igreja
românica e de uma torre de onde terá bela vista de conjunto sobre a aldeia
e a paisagem envolvente”.
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Igreja |
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Igreja |
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Muralha |
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Museu do Tempo e dos Sentidos |
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Paisagem
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Trancoso
“Trancoso
é uma cidade portuguesa, pertencente ao Distrito da Guarda, região Centro e
sub-região da Beira Interior Norte, com cerca de 3 200 habitantes, situada num
planalto em que o ponto mais alto tem 898 m de altitude. (…) Com os seus
numerosos monumentos, da arquitetura civil, religiosa e militar constitui um
dos mais expressivos e belos centros históricos do país, visitado anualmente
por muitos milhares de pessoas. Estes monumentos distribuem-se um pouco por
todo o concelho. Na arquitetura religiosa, destacam-se na sede de concelho, as
igrejas paroquiais, de Santa Maria e de São Pedro, e a igreja da Misericórdia.
Na arquitetura civil, encontramos a Casa
dos Arcos, do século XVI, a Casa do
Gato Preto (um curioso edifício do antigo bairro judaico), e o Pelourinho, bela peça do mais puro
estilo manuelino.”
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Casa do Gato Preto |
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Pelourinho |
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Casa dos Arcos |
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Castelo |
Belmonte
“Belmonte
é uma vila portuguesa no Distrito de Castelo Branco, região Centro e sub-região
da Cova da Beira, com cerca de 3 100 habitantes. A história da vila remonta ao
século XII, quando o concelho municipal recebeu foral de D. Sancho I em 1199. A
comunidade de Belmonte abriga um importante facto da história judaica
sefardita, relacionado com a resistência dos judeus à intolerância religiosa na
Península Ibérica.” Em Belmonte podemos encontrar o Castelo, a torre de Centum
Cellas, o museu dos descobrimentos
e o museu judaico de Belmonte…
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Castelo |
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Museu Judaico |
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Museu dos descobrimentos |
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Torre de Centum Cellas |
Idanha-a-velha
“Fundada pelos romanos em finais do séc. I a.C.
e elevada a município cerca de um século mais tarde, a cidade sobrevive às
invasões dos povos germânicos. Com os suevos torna-se sede de bispado, estatuto
que mantém com os visigodos. A este período remete uma das suas lendas mais
conhecidas, a do Rei Wamba. A invasão muçulmana, no início do século VIII
e as subsequentes guerras da reconquista cristã trouxeram consigo um sério
revés ao desenvolvimento da cidade. (…) Entre os vestígios de antigas
estruturas, ergue-se a Sé Catedral,
o ex-líbris mais enigmático de Idanha-a-Velha. Espaço de interpretação
complexa, dada a sobreposição de intervenções que sofreu ao longo dos séculos,
desde a primitiva edificação paleocristã. Os vestígios de dois baptistérios,
situados a norte e a sul, são testemunho desses tempos iniciais. Num terreiro
sobranceiro ao rio, encontra-se a Capela
de S. Dâmaso, de feição maneirista tardia. Em frente os palheiros
recuperados para instalação da Oficina de Arqueologia e, mais
adiante, a Ponte Velha sobre o
Ponsul”.
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Ponte Velha |
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Sé Catedral |
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Capela de São Dâmaso
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Piódão
“A
aldeia de Piódão, situa-se numa encosta da Serra do Açor. As habitações possuem
as tradicionais paredes de xisto, teto coberto com lajes e portas e janelas de madeira pintadas de
azul. O aspeto que a luz artificial lhe confere, durante a noite, conjugado
pela disposição das casas, fez com que recebesse a denominação de “Aldeia
Presépio”. Os habitantes dedicam-se, sobretudo, à agricultura (milho, batata,
feijão, vinha), à criação de gado (ovelhas e cabras) e em alguns casos à
apicultura. (…) O conjunto arquitetónico da povoação forma uma das aldeias
históricas protegidas. Com efeito, recebeu, na década de 1980, o galo de prata,
condecoração atribuída à “aldeia mais típica de Portugal”.”
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Portas e janelas de madeira pintadas de azul |
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Aldeia de Piódão |
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Casas de Xisto |
Castelo novo
“Os
vestígios arqueológicos conhecidos sugerem uma ocupação humana do território
provavelmente desde o calcolítico, projetando-se num crescimento de testemunhos
que se referem às idades do Bronze e do Ferro e se consolidam na colonização
romana. A existência da povoação aparece comprovada documentalmente desde os
primeiros tempos da Nacionalidade. Porém, a questão dos forais não parece
assente entre os historiadores: vários autores defendem que o foral tenha sido
passado em 1202 à então designada Alpreada por D. Pedro Guterres e D. Ausenda,
alegadamente seu donatário e primeiro alcaide do castelo (e, provavelmente, o
seu construtor), e mais tarde herdada por testamento pelos Cavaleiros
Templários. Porém, outras referências contrapõem com o facto de Castelo Novo
pertencer à Coroa inicialmente, tendo o primeiro foral sido dado aos Templários
sendo D. Pedro e D. Ausenda os primeiros povoadores.”
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Aldeia e as suas Torres |
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Chafariz da Bica |
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Igreja Matriz |
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Pelourinho |
Sortelha
Sortelha,
é uma pequena aldeia medieval, “empoleirado numa encosta de grande altura,
donde se avistam, a partir das suas muralhas, muitos dos castelos da raia.
Tirando um modesto pelourinho, não
há na pequena aldeia nem monumentos nem vestígios de passado fidalgo - só a singeleza
das suas casas de pastor, muitas das
quais arruinadas”. Alguns idosos, habitam o interior das muralhas, sendo o
resto são casas de férias
recuperadas e fechadas a maior parte do ano. É possível alugar algumas destas
casas para passar uns dias. Sortelha terá começado a ser ocupada no início do
século XII – XIII. “A sua localização privilegiada resulta de uma opção
estratégica, por forma a dominar toda a região envolvente. Ao longo dos séculos
a estrutura defensiva sofreu diversas reparações e melhoramentos. D. Dinis, D.
Fernando e D. Manuel foram os impulsionadores destes melhoramentos, tendo este
último concedido o foral a Sortelha e construiu o pelourinho.”
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Casa de férias |
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Casa de um pastor |
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Pelourinho
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Termas |
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